Unidade de Comando Eletrônico (UCE) ou Central de Comando | Princípio básico de controle
Para controlar o motor mantendo o desempenho e o rendimento em níveis ótimos, a unidade de comando eletrônico coleta informações de diversos componentes e sensores estrategicamente instalados. Com esses dados calcula o tempo de injeção (tempo de abertura das válvulas injetoras) e o ângulo de avanço de ignição para cada regime de trabalho do motor.
Ao ser ligada a chave de ignição (sem dar partida), a UCE é alimentada, acende a lâmpada de diagnóstico (a lâmpada de diagnóstico não é encontrada em todos os veículos) e aciona, por alguns segundos, a bomba elétrica de combustível (quando é ligada a chave de ignição a UCE aciona a bomba elétrica de combustível por alguns segundos na maioria dos veículos, porém em alguns veículos o acionamento só acontece quando é dada a partida), objetivando pressurizar o sistema de alimentação. Nesse mesmo instante envia uma tensão de aproximadamente 5 volts VDC para a maioria dos sensores do sistema e passa a receber o sinal característico de cada um deles (temperatura da água, pressão no coletor de admissão, temperatura do ar, posição da borboleta de aceleração, etc).
Durante a partida e com o motor funcionando recebe sinal do sensor de rotação. Enquanto captar esse sinal a Unidade de Comando Eletrônico irá manter a bomba elétrica de combustível acionada e controlará a(s) válvula(s) injetora(s), bobina de ignição e a rotação da marcha-lenta.
Com base no sinal dos sensores a UCE pode ainda controlar o sistema de partida a frio (veículos a álcool), o ventilador de arrefecimento (em alguns veículos o ventilador de arrefecimento é controlado por um interruptor térmico “cebolão”), o desligamento da embreagem do compressor do condicionador de ar, etc.
A maioria das unidade de comando eletrônico possuem sistema de auto-diagnóstico, por isso podem detectar diversas anomalias. Quando isso acontece, a UCE grava um código de defeito em sua memória, acende a lâmpada de diagnóstico e ativa o procedimento de emergência RECOVERY.
RECOVERY é um procedimento utilizado pelas centrais eletrônicas (UCEs) de sistemas de injeção digitais para substituir o valor enviado pelo sensor danificado (em curto-circuito ou circuito aberto) por um valor pré-programado. Nos sistemas MOTRONIC MP 9.0 (Gol 1000 mi 8V) e IAW 1AVS (Gol / Parati 1000 mi 16V), por exemplo, quando a UCE detecta falha no circuito do sensor de temperatura da água-CTS (em curto-circuito ou circuito aberto), grava o código de defeito em sua memória e assume a temperatura de 100ºC como padrão. Portanto se o CTS for desligado, o veículo continuará funcionando (com um rendimento um pouco inferior) até que o proprietário leve-o a uma oficina especializada.
Sinais recebidos pela UCE (unidade de comando eletrônico):
Bateria
Chave de ignição
Sensor de velocidade – VSS
Sensor de rotação – ESS
Sensor de posição da borboleta – TPS
Sensor de pressão absoluta – MAP
Potenciômetro de ajuste do CO
Sensor de temperatura da água – CTS
Componentes controlados pela UCE:
Módulo de ignição HEI
Bomba elétrica de combustível
Bobina de ignição
Válvula injetora
Lâmpada de diagnóstico
Bomba de partida a frio
Controlador de ar da marcha-lenta – IAC
Ventoinha
As dicas a seguir foram elaboradas para os veículos Kadett EFI, Monza EFI e Ipanema EFI. Para outros veículos as considerações são similares (consulte o circuito elétrico do veículo em questão). Antes de efetuar os testes, efetue o teste de carga da bateria.
Como testar sistema de controle da “ventoinha”
No sistema Multec 700 (Kadett EFI, Monza EFI e Ipanema EFI) o acionamento do ventilador de arrefecimento (ventoinha) é controlado pela unidade de comando eletrônico – UCE. A UCE avalia a informação do sensor de temperatura da água e comanda o acionamento da ventoinha em função dessa informação. Quando o sensor informa uma temperatura de aproximadamente 100ºC, a UCE aterra o seu terminal C1 acionando o relê da velocidade alta da ventoinha.
Portanto, quando o ventilador de arrefecimento não é acionando, a origem do problema pode estar tanto no circuito da ventoinha (relê, fusível, isolamento nas conexões, falta de aterramento do eletro-ventilador etc.) como no circuito de controle (UCE, circuito do sensor de temperatura da água). Um método para avaliar onde é a origem do problema (circuito da ventoinha ou circuito de controle) está descrito a seguir. Quando o ventilador de arrefecimento não acionar (mesmo acima da temperatura normal de acionamento) proceda da seguinte forma:
Desligar a ignição;
Desconectar o conector elétrico da UCE;
Ligar a ignição sem dar partida;
Conectar um fio condutor ao terminal C1 da UCE (lado do chicote);
Aterrar a extremidade livre do fio à massa;
Ao ser aterrada a extremidade livre do fio o ventilador de arrefecimento deve acionar.
Ao ser aterrada a extremidade livre do fio o ventilador de arrefecimento aciona?
Sim. O defeito está no circuito de controle da ventoinha. Faça o teste do circuito do sensor de temperatura da água (verifique a continuidade dos fios que vão à UCE, mau contato nos conectores e o sinal enviado pelo sensor; quando a água estiver a 100ºC o sensor deve enviar entre 1,60 e 1,70 volts VDC pelo fio amarelo). Verifique a existência de bolhas de ar em contato com o sensor (“sangre” o sistema de arrefecimento). Se tudo estiver Ok e o defeito persistir, substitua a UCE.
Não. O defeito está no circuito da ventoinha. Verifique se há mau contato no conector do chicote próximo à bateria. Verifique o funcionamento do relê da ventoinha (relê F) substituindo-o pelo relê da buzina (relê G). Verifique o aterramento do eletro-ventilador, chicote interrompimento ou em curto-circuito e fusíveis.
Como detectar rapidamente se a UCE está “queimada” ou sem alimentação
Observar se quando é ligada a ignição (sem dar partida) a lâmpada de diagnóstico – SES se acende. A UCE acende a lâmpada SES aterrando o terminal A5, após ter sido totalmente alimentada. Se com a chave de ignição ligada ela não acender, execute o procedimento a seguir:
Desligar a ignição.
Desconectar o conector elétrico da UCE.
Ligar a ignição sem dar partida.
Conectar um fio condutor ao terminal A5 (lado do chicote).
Aterrar a extremidade livre do fio à massa.
Ao ser aterrada a extremidade livre do fio a lâmpada de manutenção – SES deve acender.
Ao ser aterrada a extremidade livre do fio a lâmpada de diagnóstico – SES se acende?
Sim. O defeito é a alimentação da UCE ou a própria UCE. Fazer o teste de alimentação da UCE. Se a alimentação estiver incorreta, corrigir. Se a alimentação estiver Ok e o defeito persistir, substitua a UCE.
Não. O defeito está no circuito elétrico da lâmpada. Verificar mau contato e fio interrompido entre o terminal A5 da UCE e a lâmpada e entre a lâmpada e o polo positivo da bateria (vide circuito elétrico). Se estiver OK e o defeito persistir, substitua a lâmpada de diagnóstico.
Assista o vídeo a seguir da Série Doutor-IE em Campo, onde demonstraremos como efetuar, de forma conclusiva, o teste de alimentação da unidade de comando do motor – UCE.
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