Eletrônica Para Eletricistas
Eletrônica Para Eletricistas - Parte 13 (CUR7013)
Detalhes Publicado: Quarta, 30 Setembro 2020 00:00
Circuitos Digitais – Microcontroladores - DSPs – Invólucros
Completamos a parte do curso que trata dos componentes com os tipos mais avançados, com especial atenção aos circuitos lógicos e microcontroladores que hoje equipam uma enorme quantidade de equipamentos de uso comum. Os leitores interessados em aumentar seus conhecimentos devem ter especial atenção a estes componentes. Consultem nossos livros, artigos no site e cursos a distância.
Digital
Os circuitos integrados digitais formam uma outra família de grande importância para a eletrônica. A eletrônica digital parte da idéia de que podemos representar qualquer quantidade usando apenas os algarismos 0 e 1.
Usando apenas estes dígitos podemosn representar a squantidades conforme mostra a figura 1 utilizando para isso o sistema binário de numeração.
A vantagem do uso desta representação binária é que os circuitos eletrônicos podem manusear os sinais de uma forma mais simples: uma chave aberta ou transistor desligado representa o 0 e uma chave fechada ou transistor ligado representa o 1, conforme mostra a figura 2.
Um circuito que opera com apenas dois estados é menos sujeito a problemas de intereferências e muito mais preciso, como se pode ver no caso dos microprocesadores.
Associando os blocos que realizam operações simples podemos realizar operações muito complexas com os números binários como ocorre no caso dos computadores.
Um certo número de funções básicas existe na forma de circuitos integrados e com elas podemos desenvolver diversos projetos Assim, conforme mostra a figura 3, a partir destas funções podemos ter uma infinidade de circuitos denominados digitais.
No primeiro grupo destas funções encontramos as portas ou gates. As portas combinam dois ou mais níveis lógicos (0 ou 1) nas suas entradas para dar uma saída que corresponde a uma determina regra ou função. As regras seguem a matemática desenvolvida por Boole e que é a base da eletrônica digital. Os leitores que desejam ir além podem estudar eletrônica digital e daí entender desde os simples circuitos deste tipo até como funcionam os computadores.
Se bem que hoje em dias as funções lógicas estejam integrados nos chips de controladores, processadores e outros chips, existem ainda aparelhos onde elas podem ser encontradas de forma isolada em circuitos simples.
Existem algumas famílias de circuitos integrados que consistem em diversas funções que têm as mesmas características elétricas de modo que eles podem ser ligados uns aos outros diretamente para se obter o tratamento mais complexo de um sinal ou a realização de uma função digital mais complexa.
As principais famílias lógicas são dos circuitos integrados TTL e CMOS.
TTL
TTL significa Transistor Transistor Logic e é uma família que tem mais de 1000 circuitos integrados diferentes com, características em comum que permite sua alimentação. Todos eles devem ser alimentados com 5 V.
A família normal tem um número enorme de funções como portas, multiplexadores, contadores, memórias, etc. Sub famílias podem ser encontradas quando se deseja mais velocidade ou menor consumo.
Os dispositivos desta família são facilmente reconhecidos por terem o número 74 na sua especificação. Exemplo: 7400, 7490, 74121, etc. Para as subfamílias temos suma letra ou duas entre o 74 e o número que se segue. Exemplo: 74L00, 74H121, 74LS04, etc.
CMOS
Uma outra família muito importante de circuitos integrados digitais é a conhecida por CMOS. Os circuitos integrados desta família podem ser alimentados com tensões na faixa de 3 a 15 V e tem um consumo muito menor que os TTLs. No entanto, eles são mais lentos. Conhecemos os dispositivos desta família porque a maioria tem por designação um número que começa por 40. Por este motivo também designamos esta família por 40xx onde o xx representa o tipo especifico. Exemplo: 4011, 4017, 4001, etc
Da mesma forma que no caso dos circuitos TTL, nas saídas e entradas destes circuito sempre encontramos apenas dois níveis lógicos: 0 ou 1, conforme,mostra a figura 4.
Especificações:
A função dos circuitos integrados digitais TTL ou CMOS são dadas pelo seu tipo. Assim, os usuários destes circuitos integrados precisam ter manuais que indiquem estas funções e que tipo de comportamento eles devem ter. Isso normalmente é feito por meio de tabelas, denominadas "tabelas verdade"em que as saídas são indicadas em função das entradas.
Atenção: Os circuitos integrados da família CMOS sào sensíveis a descargas estática. O simples toque com os dedos nos seus terminais, se estivermos com nosso corpo carregado, pode causar sua queima.
Onde são encontrados
Equipamentos digitais em geral podem empregar tantos circuitos lógicos TTL co mo CMOS. Em muitos equipamentos modernos, em lugar de termos diversos chips destas famílias podemos ter um único que substitui todas as funções. No entanto, existem aplicações que realizam funções mais simples e que podem usar de 1 a 10 destes circuitos integrados tais como alares, sequenciais, controles remotos, sistemas de iluminação inteligentes, etc.
Com a expansão das aplicações que fazem uso de microcontroladords que operam com tensões muito baixas (da ordem de 0,8 a 1,2 V, famílias de integrados lógicos digitais TTL e CMOS para muito baixas tensões (LVTTL) também podem ser eencontradas em muitos equipamentos. O funcionamento é o mesmo. Muda apenas a tensão de alimentação que é muito mais baixa.
Teste
A melhor maneira de se testar circuitos digitais é com instrumentos apropriados, no caso os analisadores lógicos e outros. O meio mais simples, entretanto é medindo tensões nos terminais, se bem que para termos uma conclusão correta sobre o estado devemos saber exatamente que tipo de nível lógico esperar em cada caso.
Consumo, IoT e Embutidos (Embedded)
Hoje em dia praticamente qualquer função necessária à implementação de um aparelho eletrônico pode ser obtida num circuito integrado. Para reduzir custos, os fabricantes podem criar suas aplicações, colocando todos os componentes necesários num circuito integrado próprios e usá-lo no seu aparelho.
Isso significa que seus produtos usam chips específicos que só servem para aquela aplicação. Como o custo de um chip deste tipo cai pel quantidade em que são fabricado, as placas que os usam de muitos equipamentos se tornam descartáveis. Assim, em muitos casos os equipamentos são do tipo completamente descartável, ou se apresentam problemas as placas é que devem ser trocadas e não os componentes.
Um outro tipo de tecnologia é aquele que em os dispositivos eletrônicos são chips que controlam as diversas partes de uma máquina, por exemplo os motores, solenoides e bombas de uma máquina de lavar roupas, ou ainda os sensores de um carro. Estes dispositivos podem ser considerado parte integral dos aparelhos que controlam, ou seja, de acordo com o IEEE (Institito de Engenharia Elétrica e Eletrônica dos Estados Unidos) são definidos como "embutidos" (embedded é o termo inglês para isso).
Estes componentes são basicamente microcontroladores, microprocessadores ou DSPs montados em caixas pretas e ligados as diversas partes do sistema que controlam a partir de cabos. A utilização desta tecnologia está levando a uma nova família de aplicativos de uso doméstico que passam a fazer parte das instalações elétricas domiciliares e comerciais que são os dispositivos ligados à internet.
Isso leva à IoT (Internet of Things) ou internet das coisas, em que dispositivos eletrônicos os mais diversos têm conexão com a internet podendo ser ativados ou controlados a distância (pelo celular, por exemplo) ou ainda “conversar uns com os outros”.
Tipos
Não existe um símbolo especial para representar estes componentes, ma sna figura 5 temos os aspectos de alguns deles.
Na maioria dos casos eles fazem parte de um sistema que deve ser trocado na íntegra quando apresenta problemas e por isso são montados com componentes de difícil manuseio, normalmente SMD.
Especificações
Em alguns casos o fabricante indica o CI por um código de fábrica, mas em outros casos a identificação só pode ser feita pelo próprio fabricante através de sua posição no sistema.
Onde são encontrados.
As funções embutidas são encontradas em carros, brinquedos, games e na maioria dos equipamentos eletr-eletrônicos de consumo tais como máquinas de lavar roupa, de lavar pratos, fornos de micro-ondas, ec. Em alguns casos os chips não possuem invólucros comuns sendo simplesmente soldados nas placas e cobertos com uma resina protetora.
Relógios e cronômetros também podem usar este tipo de circuito integrado que são chamados "módulos".
Como testar
Não existe modo simples de testar estes circuito tanto pela dificuldade de acesso nas placas como de acesso aos seus terminais e de informações sobre que tensões devem ser encontradas.
Microprocessadores e Microcontroladores
Os microprocessadores e microcontroladores representam um outro grande grupo de componentes da família dos circuitos integrados. Num único chip podem ser encontrados milhões de componentes já interligados para realizar operações complexas tanto analógicas como digitais.
Na maioria dos casos eles são usados para realizar funções de controle ou automação em máquinas, equipamentos de uso comercial ou doméstico e em muitos outros casos. Um microcontrolador possui diversos blocos como a unidade de entrada e saída (I/O), unidade de processamento, memórias, temporizadores, conversores A/D, etc. Na figura 6 mostramos a estrutura típica de um microcontrolador.
Os microprocessadores também são usados para realizar operações matemáticas e lógicas complexas sendo por isso usados em computadores e outros equipamentos. Os microprocessadores operam apenas com dados digitais e retornam o resultados de suas operações na forma digital. Na figura 7 temos um diagrama de blocos simplificado de um microprocessador.
Os microprocessadores tem portas I/O (entrada e saída) onde a informação pode ser colocada ou retirada, uma CPU (Unidade Central de Processamento) onde os cálculos lógicos e matemáticos são feitos, uma memória e outros circuitos de apoio.
Na figura 8 temos os aspectos dos chips de alguns microprocessadores conhecidos.
Microcontroladores são encontrados em máquinas industriais, carros e outros equipamentos onde eles fazem o controle de funções. Eles tanto podem aparecer na forma de componentes em invólucros comuns como outros tipos miniaturizados.
Um tipo de microcontrolador muito usado atualmente é o Arduino que já vem numa placa que permite o desenvolvimento fácil de projetos e que é usada emaplicações comerciais. Temos também os microcontroladores em chips que podem ser encontrados em equipamentos comerciais de uso doméstico como os Atmega (Atmel), PIC (Microchip), MSP (Texas), etc
Para usar um microcontrolador num projeto é prece de programação e uma placa de desenvolvimento. Prepara-se no programa o que o microcontrolador deve fazer e depois transfere-se isso para sua memória através da placa de desenvolvimento.
Especificações
Os microcontroladores e microprocessadores são identificados por um número de fábrica. Através deste número, um livro de dados (databooks) fornece todas as características de programação e uso.
DSP
Digital Signal Processors ou Processadores Digitais de Sinais (DSP) podem ser encontrados em diversos tipos de equipamento de controle de máquinas industriais, eletr-eletrônicos e mesmo embutidos em carros, aviões, barcos e nas instakações elétricos. Estes equipamentos são normalmente usados pelas industrias que desenvolvem suas aplicações em função de suas caracter[isticas e os programam usando sistemas de desenvolvimento que usam programas e placas como no caso dos microcontroladores.
O que é um DSP?
Os circuitos analógicos tradicionais operam com sinais como sons, imagens, variações de tensão de um sensor, empregando componentes como transistores, filtros, etc. O circuito analógico se aproveita das propriedades elétricas dos componentes para introduzir alterações no sinal. Por exemplo, um filtro deixa passar sinais de apenas determinadas frequências, um ampificador altera a amplitude de um sinal.
Dependendo do se deseja fazer com um sinal, a implementação de um circuito usando componentes comuns pode ser simples, mas não é muito precisa. No entanto, se considerarmos quenqualquer tipo de sinal analógico pode ser representado por um número ou uma sequ6encia de números (convertido para a forma digital) por que não realizar a função desejda com o o sinal na forma de números? Em lugar de se usar uma rede que deixa apenas determinar passar uma freqüência, convertemos o sinal numa série de números em um computador e aplicamos um algorítmo (série de operações lógicas e matematicas) que reconheça as frequências e amplitudes e os valores indesejáveis são cortados, ficando depois os valores que são convertidos novamente para a forma analógica.
SMDs
SMD é o acrônimo para Surface Mouting Device ou Componente para Montagem em Superfície. Muitos dos dispositivos que vimos até agora neste livro pode ter versões ultraminiaturizadas em que o invólucro é praticamente reduzido a zero de modo que eles ocupem menos espaço e mais ainda, possam ser montados automaticamente com máquinas de alta precisão.
Observe que o elemento ativo de um transistor ou de um SCR é apenas uma pequena pastilha de silício que ocupa uma reduzida proporção de todo o invólucro do componente.
O corpo ou invólucro da maioria dos componentes representam até mais de 95% de todo o espaço e peso do próprio componente. A idéia básica dos SMDs é reduzir o tamanho do componente a um minimo de tal modo a tornar os equipamentos menores e mais leve. Na figura 9 temos as versões SMD de alguns componentes comuns.
A tecnologia usada para a montagem destes componentes é chamada SMT (Surface Mounting Technology ou Tecnologia de Montagem em Superfície) assim tanto encontramos as abreviações SMT como SMD para indicar o tipo de tecnologia ou componente encontrado num equipamento.
Para o eletricista que vai trabalhar com eletrônica é importante entender que as funções e os circuitos são os mesmos quando comparados aos que usam componentes comuns. O maior problema é trabalhar com componentes tão pequenos quando reparos e substituições são necessários.
Existem kits especiais para trabalhos de reparação com componentes SMD que contam com pinças e outras ferramentas delicadas que permitem remover e instalar componentes ultra-pequenos. Da mesma forma, existe empresas que fornecem componentes básicos tais como transistores, capacitores e resistores em invólucros SMT para o reparo de equipamentos. Uma solução que se admite nos casos em que existe espaço é trocar um SMD queimado por um equivalente comum de mesma especificação.
Índice:
Introdução
Parte 1 - As diferenças entre eletricidade e eletrônica
Parte 2 - Circuitos e componentes
Parte 3 - Diagramas, Símbolos e Componentes
Parte 4 - Componentes Passivos – Os Resistores
Parte 5 - Componentes Passivos – Capacitores e Indutores
Parte 6 - Componentes Passivos – Outros componentes indutivos
Parte 7 - Semicondutores – Materiais- Diodos e LEDs
Parte 8 - Transistores Bipolares e assemelhados
Parte 9 - Outros tipos de transistores
Parte 10 - Outros componentes semicondutores – IGBTs e Tiristores
Parte 11 - Outros componentes da família dos tiristores – Displays e válvulas
Parte 12 - Os circuitos integrados
Parte 13 - Circuitos Digitais – Microcontroladores - DSPs – Invólucros
Parte 14 - Diagnóstico e reparação
Parte 15 - Circuitos Práticos - Como funcionam
Parte 16 - Outros dispositivos eletrônicos
Como funciona um Transístor?
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etacarinae – Page 4 – Eletrônica para artistas
Circuitos integrados são componentes eletrônicos que contém circuitos inteiros, formados por dezenas, centenas, milhares, milhões e até bilhões de transistores. Circuitos integrados também são chamados de chips. Geralmente eles têm uma aplicação bem definida e diversos terminais usados como entradas e saídas e para configuração. Circuitos eletrônicos que usam circuitos integrados são geralmente mais compactos e mais simples do que os que dependem de transistores e diodos individuais. Em geral, uma mesma funcionalidade é mais fácil de implementar, ou fica mais robusta ou mais segura usando um circuito integrado em vez de transistores individuais.
Nesta sequência de posts apresentaremos alguns circuitos integrados baratos e populares. Não se preocupe se não entender completamente o funcionamento deles. É possível construir circuitos e até mesmo fazer alterações nos circuitos sem entender todos os detalhes. Monte os experimentos e depois, se desejar, leia as explicações do seu funcionamento.
O circuito integrado 555
O circuito integrado 555 é um componente muito versátil. Basicamente funciona como um temporizador, que pode ser configurado em um circuito simples contendo um capacitor e alguns resistores. O chip está contido em uma embalagem de plástico de oito pinos, alinhados em paralelo (padrão DIP – Dual-In-Line). Dois pinos são usados para alimentá-lo com uma tensão entre 3 e 15V (GND: negativo, e Vcc: positivo). Os outros pinos são usados como entrada e saída.
Pinos de circuitos integrados DIP são contados a partir de uma marca que indica o pino 1: um chanfro ou um ponto. O pino 1 está localizado à esquerda da marca, e a contagem prossegue crescente pelo lado esquerdo, e volta pelo lado direito, de forma que o primeiro e último pinos se localizam na frente do componente, em lados opostos.
O diagrama abaixo descreve os pinos do circuito integrado 555. Os pinos vermelhos (1 e 8) são para alimentação do componente. Os verdes (2, 4, 5 e 6) são entradas, e os azuis (3 e 7) são saídas.
O 555, e muitos outros circuitos integrados que funcionam com lógica digital, reconhece na entrada e produz na saída valores fixos de tensão que são identificados como níveis lógicos. A saída do 555 ou é zero (nível lógico BAIXO) ou Vcc (nível lógico ALTO), que normalmente é uma tensão maior que zero (tipicamente a mesma tensão usada para alimentá-lo). Os pinos de entrada (em verde) são controlados aplicando neles valores de tensão relativas à tensão de entrada (1/3 e 2/3 dessa tensão), para produzir os valores de tensão 0V (nível lógico baixo) ou Vcc (alto) nas saídas.
A tabela abaixo descreve em detalhes o funcionamento de cada pino.
Pino Nome Função 1 GND 0V. Ligue no polo NEGATIVO da bateria. 2 TRIG Disparador. Um intervalo de temporização inicia quando a entrada neste pino cai abaixo de ½ do valor em CTRL (1/3 de V CC , se CTRL não estiver sendo usado). Isto faz o valor em OUT ser ALTO. O valor ALTO em OUT será mantido enquanto este pino estiver com tensão baixa. 3 OUT Saída. O valor de saída, que pode ser nível lógico ALTO (até 1.7 V abaixo de +V CC ) ou BAIXO (igual a GND). 4 RESET Reset. Reinicia o intervalo se ligado em GND. Um novo intervalo só inicia novamente se RESET tiver uma tensão de no mínimo 0,7V. 5 CTRL Tensão de controle. Permite estabelecer a tensão de referência usada para disparar e limitar o temporizador. Normalmente este pino não é usado (e deve ser conectado ao GND através de um capacitor de 10nF), e neste caso a tensão de referência será sempre de 2/3 de V CC . 6 THR Limite. Quando o nível de tensão aqui for maior que em CTRL (2/3 de V CC ), o valor em OUT será reduzido para zero, terminando o ciclo. 7 DIS Chave de descarga. O pino é ligado temporariamente à GND entre cada intervalo de temporização. Um capacitor conectado aqui será descarregado entre intervalos. O início de novo ciclo fecha a chave que só abre novamente quando o próximo intervalo terminar (quando a tensão em OUT tiver nível lógico BAIXO). 8 V CC Fonte de tensão entre +3 e +15V para alimentar o componente. Ligue este pino no polo POSITIVO da bateria.
Os controles (entradas) disponíveis são 4: CTRL(5), RESET(4), TRIG(2) e THR(6). A entrada RESET (pino 4) tem precedência sobre TRIG(pino 2), e TRIG(pino 2) tem precedência sobre THR(pino 6). Isto significa que se RESET estiver acionado (ligado no negativo), os valores de TRIG e THR são ignorados, e se RESET estiver inativo (ligado no positivo), e TRIG for acionado (ligado no negativo), o valor de THR é ignorado. THR só é considerado se RESET e TRIG estiverem ambos inativos (ligados no positivo). A entrada CTRL estabelece a referência usada por TRIG e THR. Em circuitos simples, CTRL é ligada a GND através de um capacitor de 10nF (para eliminar interferências), fazendo com que a referência seja considerada igual à tensão de entrada (Vcc).
As saídas são duas: OUT(3) e DIS(7). OUT (pino 3) é usado em praticamente todas as aplicações. DIS (pino 7)é ligada ao GND (negativo) todas as vezes que um ciclo termina, e geralmente usada para descarregar um capacitor ligado neste pino.
Tudo isto será mais fácil de entender se fizermos alguns circuitos. A seguir estão três circuitos essenciais com 555. Em todos eles, o pino VCC(8) liga-se ao positivo, o pino GND(1) ao negativo, e o pino CTRL(5) ao negativo através de um capacitor de 10nF. A saída é sempre conectada ao pino OUT(3), e os outros pinos variam conforme o modo usado.
555 em modo biestável
(Wikimedia)
O circuito biestável é um alternador de estado. É uma espécie de memória que guarda um estado (ligado/ALTO ou desligado/BAIXO). O estado é uma tensão, portanto o estado ligado pode ser usado para acender um LED, e o estado desligado funciona para apagá-lo. Esta tensão irá aparecer na saída OUT (pino 3). O disparador do alternador é TRIG (pino 2), que liga o circuito. Para reinicializar o processo e voltar ao estado anterior, aciona-se o RESET (pino 4) que reinicializa o processo.
Neste circuito o pino 7 (DIS) não é usado e o pino 6 (THR) é ligado ao negativo. Somente os pinos 2 (disparador) e 4 (reset) controlam o circuito. Os dois devem iniciar em estado ligado, ou ALTO (conectados ao positivo).
Para iniciar o ciclo (começa com nível ALTO em OUT), o pino 2 precisa ser ligado temporariamente ao negativo.
Para terminar o ciclo (causar nível BAIXO em OUT), o pino 4 é ligado temporariamente ao negativo. A ligação pode ser feita com chaves, botões, sensores, transistores, etc.
Uma técnica para manter os níveis lógicos em estado ALTO é construir um divisor de tensão (entre os polos positivo e negativo da bateria, com o pino ligado no meio e um resistor ligado ao positivo que garanta uma tensão alta o suficiente no pino para mantê-lo desligado (maior que 1/3 de Vcc). Essa técnica é chamada de resistor de pull-up já que ela puxa para o ALTO o estado do pino. O estado do pino só mudará quando a tensão cair abaixo do valor mínimo. Isto será provocado pelo sensor, chave, capacitor ou componente que deverá conectar o pino ao negativo, quando sua resistência cair a ponto de fazer a tensão sobre ele cair abaixo do limite de 1/3 de Vcc.
Lembre-se: os pinos de entrada 2 e 4 do 555 são disparados com nível lógico BAIXO (negativo, ou menos de 1/3 de VCC), e são inativos com nível lógico ALTO (positivo, mais e 2/3 de VCC). O pino 6 (THR) dispara com 2/3 ou mais de VCC.
O experimento a seguir ilustra esse comportamento usando a lógica inversa (resistor de pull-down): um sensor para disparar o pino 2 quando estiver escuro. Um botão é usado para reiniciar o ciclo.
Experimento 17 – Disparador acionado por pouca luz
Material necessário:
Fonte de 9 ou 12V, ou bateria de 9V
Protoboard, fios e jumpers
LDR de 5 ou 7mm
Potenciômetro de 50k/100k ou resistor de 22k Ω, 33k Ω, 47k Ω ou 100k Ω (de acordo com a sensibilidade desejada para o LDR)
Resistor de 10k Ω
Resistor de 470 Ω
LED
Capacitor cerâmico de 10nF
Chave táctil tipo push-button
Circuito integrado 555
Monte o circuito acima e experimente em um lugar onde você possa variar a iluminação. Quando a luz estiver acesa, a resistência do LDR será baixa (menor que a resistência do potenciômetro que liga o pino 2 ao negativo), portanto o pino 2 (TRIG) terá tensão bem maior que 3V (1/3 de 9V) e não opera.
Quando a luz for apagada, a resistência no LDR ficará muito alta (bem maior que os 10k ohms que ligam o pino 2 ao negativo), fazendo cair a tensão no resistor para menos de 3V, que dispara o temporizador mudando o nível do pino 3 (OUT) para nível lógico ALTO (9V), e fazendo o LED acender. Depois que a luz for acesa, o LED continuará aceso e só apagará se houver um reset (apertando o botão, que ligará o pino RESET ao polo negativo, ou seja, tensão 0V).
O LED neste circuito representa uma carga. Pode ser substituído por outro circuito ou dispositivo. Por exemplo, pode ser substituído por um relé (chave elétrica), para acionar qualquer coisa (um alarme, um motor, etc.)
O bom funcionamento do circuito depende da luminosidade do ambiente. Os LDRs de 5mm e 7mm podem ter sensibilidades diferentes à luz. Normalmente o de 7mm é mais sensível e o LED só acenderá com uma escuridão maior (neste caso, precisará de um resistor menor). O desenho no protoboard abaixo usa um resistor de 47k no lugar do potenciômetro (substitua por um potenciômetro de 50k ou 100k para ajustar a sensibilidade se necessário, ou experimente diferentes resistores entre 10 e 100k).
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