Como funciona o ESP?
Programa eletrônico de estabilidade será obrigatório para todos os carros a partir de 2022: veja quais cuidados são necessários em sua manutenção na oficina
Em mais de um século de história, os automóveis evoluíram em diferentes aspectos, mas sempre mantendo características primárias, como quatro rodas, volante de direção, freios e suspensão (com as devidas atualizações). Outras inúmeras tecnologias surgiram
para aprimorar a segurança e dirigibilidade, como o trio de salva-vidas eletrônicos formado pelo sistema antitravamento dos freios (ABS), controle eletrônico de tração (ASR) e programa eletrônico de estabilidade (ESP) – este último passará a ser obrigatório para 100% dos veículos leves novos no Brasil em 2022.
Desenvolvido pela Bosch, o programa eletrônico de estabilidade (ESP) completa 25 anos de criação em 2020. O item também é conhecido por outras siglas, como ESC, VSC ou VSA (o nome varia de acordo com o fabricante). Basicamente, o ESP tem como objetivo auxiliar o motorista a manter a trajetória do veículo em caso de desvios rápidos ou outras manobras cuja velocidade seja incompatível com o esterçamento do volante.
O ESP é uma evolução eletrônica que utiliza a mesma central de controle do sistema antitravamento dos freios e também do controle de tração. O sistema ABS já possui o sensor de velocidade individual das rodas, que compartilha informações com o ESP e o controle
de tração. O programa de estabilidade acrescenta ao conjunto dois componentes: sensor de ângulo do volante e giroscópio, além de programação de software específica.
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Caso detecte que a velocidade do veículo é superior à ideal em uma mudança brusca de direção (como ao desviar de um animal em rodovia, por exemplo), o ESP pode frear as rodas individualmente e até mesmo cortar a potência do motor por meio do fechamento da borboleta. A análise e comparação de dados recebidos pelos sensores é feita 25 vezes por segundo. Se houver divergência, há intervenção instantânea (momento em que a luz-espia amarela acende no painel a fim de alertar o motorista).
O giroscópio é instalado o mais próximo possível do centro de gravidade, geralmente na região da alavanca de câmbio. “O ESP compara a velocidade de giro das rodas com o ângulo de esterçamento do volante. Se detectar que a velocidade é incompatível com a trajetória,
a central eletrônica pode frear cada roda individualmente ou cortar a potência do motor”, explica Diego Riquero Tournier, chefe de Serviços Automotivos para América Latina na Robert Bosch.
Já os sensores de velocidade de roda (que vêm em todos modelos com ABS, obrigatório desde 2014) são instalados no cubo de roda, na homocinética ou até em um anel dentado atrás do disco de freio. “Onde houver uma peça em movimento relacionada ao giro de uma
roda, o sensor de velocidade poderá ser alojado”, afirma o especialista da Bosch.
Visualmente, ao levantar o capô, não é perceptível a identificação pelo mecânico de que o carro possui ESP, já que o hardware (central de gerenciamento eletrônico) é o mesmo do sistema ABS. Para se certificar de que o veículo possui o programa de estabilidade, o mecânico deve procurar pela luz-espia do item (na cor amarela e com o desenho de um carro derrapando) no quadro de instrumentos,
botão físico de desativação (não disponível em alguns modelos) ou o próprio manual do proprietário.
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CUIDADOS NA MANUTENÇÃO
O sistema ESP é projetado para toda a vida útil do veículo – desde que a manutenção periódica de todo o carro seja seguida conforme o manual. Porém, alguns cuidados merecem a atenção. Uma delas é na hora da troca dos rolamentos de roda. “Alguns carros têm o sensor de velocidade alojado no cubo de roda, mas o sinal é feito pelo rolamento, que possui os polos norte e sul. O cuidado na hora da montagem dos rolamentos é fundamental para a leitura correta da velocidade e bom funcionamento do sistema”, detalha Diego Riquero.
A mudança do diâmetro do conjunto roda/pneu também pode atrapalhar a leitura correta da velocidade das rodas e, consequentemente, provocar falhas de funcionamento do trio ABS/ASR/ESP. “Os sensores de roda evoluíram muito com o passar do tempo, tornando-se mais precisos. No começo, eram do tipo indutivo e conseguiam ler a velocidade somente a partir dos 15 km/h. Hoje, funcionam a partir
de 1 km/h e são chamados de indutivos ativos, pois conseguem entregar a leitura em formato digital e muito mais rápido que antes. Qualquer mudança que não obedeça a recomendação de fábrica poderá afetar o funcionamento do sensor”, revela Riquero.
Nos modelos mais atuais, o sensor identifica inclusive a leitura da velocidade em marcha a ré, essencial para o funcionamento correto do sistema de assistência de saída em rampas (conhecido como hill holder), que não deixa o carro descer ao tirar o pé do freio em aclives.
Outro cuidado é em relação a carros que têm monitoramento de pressão dos pneus do tipo direto (conhecido pela sigla TPMS), onde há um sensor em cada pneu com transmissão via radiofrequência. “Na hora de fazer o rodízio de pneus, é essencial resetar a informação de posição das rodas na central eletrônica. Caso contrário, também haverá leitura errada da velocidade”, indica Riquero.
OBRIGATÓRIO EM 2022
Segundo levantamento da Bosch, em 2019 o ESP já estava presente em 44% dos veículos de passeio vendidos no Brasil. Em todo o mundo, são 82% de todos os veículos novos de passeio. Desde o início de 2020, a resolução Contran 567/15 tornou o item de segurança ativa obrigatório para novos projetos de veículos (como a segunda geração da Fiat Strada, por exemplo). A partir de 2022, 100% dos veículos leves produzidos deverão trazer o sistema de série em todas as versões.
De acordo com o relatório final do Projeto de Bem Público Regional (BPR), que propõe melhorias nas normas de segurança de veículos na América Latina e no Caribe por meio da adoção de regulamentos das Nações Unidas (ONU), a adoção do programa eletrônico de estabilidade como item de série poderia evitar entre 4,2 mil e 16,1 mil mortes por ano no Brasil. O estudo é liderado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, com apoio com Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina e Caribe).
Por Gustavo de Sá
Luz do ABS acesa? Saiba o que é e como resolver!
Você sabe o que pode ser a luz do ABS acesa? Leia o nosso artigo e entenda porque isso acontece e como resolver o problema!
Os freios ABS são obrigatórios para os carros vendidos ou fabricados no Brasil desde o dia 1º de janeiro de 2014, em virtude das leis estabelecidas no Inovar-Auto, programa do Governo Federal. No entanto, você sabe o significado da luz do ABS acesa?
Entenda que esse pode ser um problema relacionado ao freio. No entanto, para que possamos tirar as suas dúvidas, leia o artigo. Nele, vamos falar tudo sobre a luz do ABS acesa.
O que é o ABS?
É um sistema eletrônico que complementa o freio e evita que você trave as rodas em uma frenagem de emergência.
Uma curiosidade é que o nome vem da sigla inglesa Antilock Braking System, por isso no painel do carro você tem a sigla ABS identificada por uma luz do abs acesa no painel.
Qual a diferença entre o freio ABS e o normal?
A principal diferença entre os dois tipos de freio é quanto ao bombeamento do fluido das pastilhas.
Enquanto no freio ABS, o sistema para aos poucos, no freio normal, o carro trava as rodas por completo, o que pode causar acidentes.
O que significa ABS no painel do up?
Vários são os motivos para a luz do ABS acesa. Um deles é o freio de mão acionado. Também pode ser sinal de problemas no circuito elétrico do carro, perda de líquido de freio ou válvulas hidráulicas com defeito.
Quais os problemas que podem afetar o ABS?
Barulho na frenagem
É normal os freios ABS terem um ruído tradicional de destravamento da roda quando você realiza uma frenagem mais agressiva. Mas se o barulho é constante, é sinal que o sistema precisa de manutenção e que há um desgaste nas pastilhas.
Trepidação ao frear
O pedal pode tremer quando você aciona o freio. Isso acontece por causa do empenamento do disco. Além disso, as rodas podem ser responsáveis pelas trepidações.
Problemas nos sistemas elétricos e eletrônicos
Outra causa da luz do ABS acesa é que os freios são alimentados pelo sistema elétrico do veículo. Portanto, podem surgir problemas nos cabos, contatos ou interferências eletromagnéticas.
Como saber se o sistema de freio ABS está funcionando?
Em primeiro lugar, observe o barulho quando você pisa no freio. Se parecer com um som metálico, pode ser um desgaste nas pastilhas. Para resolver o problema, basta trocá-las.
Além da luz do abs acesa, verifique também se o pedal do freio está duro ou se o carro puxa para um lado quando você pisa no freio.
Caso essas duas situações ocorram, o seu sistema pode não estar funcionando direito.
Como testar o sensor do ABS?
Para testar o sensor do ABS, você pode observar as luzes de controle. No caso da luz do ABS acesa, você deverá checar o sistema. Para isso, leve o automóvel à uma oficina mecânica.
Como destravar o solenóide do ABS?
Abra o parafuso do sangrador. Em seguida, use um grampo (ferramenta). Isso impedirá a sujeira na unidade hidráulica do freio e você conseguirá destravar o solenóide do ABS.
Como desentupir o módulo ABS?
Comece pelo sangrador da roda. Pise no freio e verifique se há fluido. Depois pise no freio e verifique se há fluido. Em seguida, retire o cano de freio da unidade e pise. Você levará um pouco mais de uma hora para desentupir o módulo.
Como trocar o módulo ABS?
Levante o veículo, retire as tampas plásticas, os painéis e componentes para localizar o módulo ABS;
Consulte as instruções de reparo do fabricante do automóvel e remova a unidade de ABS.
É importante ressaltar que o módulo pode ser removido por completo ou apenas o módulo elétrico se o solenóide estiver conectado ao veículo.
Como evitar problemas no ABS?
Veja algumas dicas para você adotar e evitar problemas com os freios do seu carro e resolver a luz do ABS acesa:
Faça a manutenção preventiva
Não se esqueça que o automóvel precisa de cuidados. Sempre que você puder, faça a manutenção preventiva e peça para o mecânico olhar o sistema de freio ABS.
Fique atento ao barulho ao frear
Preste atenção ao barulho ao frear o carro. Se parecer com som metálico, leve à oficina mecânica para uma revisão. É importante sempre verificar qualquer tipo de barulho estranho em seu automóvel.
Troque as pastilhas de freio
Troque as pastilhas de freio caso você identifique que há problemas. Essa é a melhor maneira de evitar qualquer transtorno com o ABS.
Agora você entendeu o significado da luz do ABS acesa, não é mesmo? Caso note algum problema, providencie a manutenção do seu carro. Veja também como anda a bateria, pois não se esqueça o quanto ela é importante para o seu automóvel.
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Distribuição Eletrônica da Força de Freio
A distribuição eletrônica da força de freio (EBD) é um sistema de controles de freio adicionais que podem aumentar e melhorar a funcionalidade dos freios antibloqueio. Isso normalmente é realizado monitorando vários sistemas e sensores diferentes e variando a quantidade de força aplicada a cada pinça de freio individual. Ao modular a quantidade de força de frenagem aplicada, com base nas condições da estrada e de direção, os freios EBD podem ajudar a prevenir derrapagens perigosas.
Como funciona a distribuição eletrônica da força de frenagem?
Como a maioria dos fabricantes de equipamento original (OEMs) oferece pelo menos um modelo com EBD, existem muitos tipos diferentes de freios EBD com os quais você pode se deparar. No entanto, os sistemas EBD normalmente usam componentes como:
sensores de velocidade
moduladores de força de freio
unidades de controle eletrônico
sensores de guinada
sensores de ângulo do volante
Muitos desses componentes também são usados por outros sistemas relacionados ao freio, como controle eletrônico de estabilidade e controle de tração. A maneira como os freios EBD normalmente funcionam é que o sistema analisa os dados dos sensores de velocidade para determinar se alguma das rodas não está girando na mesma velocidade que as outras. Se for encontrada uma discrepância, indicando que um pneu pode estar derrapando, medidas corretivas podem ser tomadas. Esses sistemas também podem comparar os dados de um sensor de guinada com os dados de um sensor de ângulo do volante para ver se o veículo está subvirando ou subvirando. Esses dados são então processados pela unidade de controle eletrônico para determinar a carga relativa em cada roda. Se a unidade de controle eletrônico determinar que uma ou mais rodas estão sob uma carga mais leve do que as outras, ela é capaz de usar moduladores de força de frenagem para reduzir a força de frenagem para aquela roda. Isso ocorre dinamicamente, de modo que a força de frenagem pode ser modulada continuamente em resposta às condições prevalecentes.
Qual é o ponto da distribuição eletrônica da força de frenagem?
O objetivo do EBD é semelhante aos objetivos de tecnologias relacionadas, como freios antibloqueio e controle de tração. Todas essas tecnologias são projetadas para evitar que as rodas de um veículo travem, o que pode fazer com que o motorista perca o controle rapidamente. Ao contrário de outros sistemas de freio, o EBD é capaz de modular dinamicamente a força de frenagem aplicada a cada roda. A ideia geral por trás da distribuição eletrônica da força de frenagem é que as rodas travam mais facilmente quando estão sob uma carga leve. As válvulas proporcionais tradicionais lidam com esse problema aplicando diferentes níveis de força de frenagem nas rodas dianteiras e traseiras, mas essas válvulas hidráulicas não são capazes de reagir a diferentes circunstâncias e condições. Em circunstâncias normais, o peso de um veículo será deslocado para a frente à medida que ele desacelera. Uma vez que isso coloca uma carga mais pesada nas rodas dianteiras do que nas traseiras, os sistemas EBD podem responder a essa situação diminuindo a força de frenagem nas rodas traseiras. No entanto, um veículo com carga pesada na parte traseira se comportará de maneira diferente. Se o porta-malas estiver cheio de bagagem, um sistema EBD é capaz de detectar o aumento da carga e modular a força de frenagem de acordo.
Qual é a melhor maneira de dirigir um veículo com distribuição eletrônica da força de frenagem?
Se você estiver em um veículo que inclui EBD, deve dirigi-lo como qualquer outro veículo com freios antibloqueio. Esses sistemas funcionam nos bastidores para se ajustar automaticamente ao peso extra no porta-malas, condições de gelo ou umidade e outras variáveis, de forma que nenhum esforço extra seja necessário de sua parte. No entanto, é uma boa ideia ter muito cuidado ao frear e fazer curvas até que você esteja familiarizado com o comportamento do veículo.
O que acontece quando a distribuição eletrônica da força de frenagem falha?
No caso de falha do EBD, o sistema de freio convencional deve continuar a funcionar normalmente. Isso significa que você normalmente ficará bem se tiver que dirigir um veículo que tenha um sistema EBD com defeito. No entanto, você precisará tomar cuidado extra ao frear. Uma vez que EBD e ABS (Sistemas de Frenagem Automática) usam muitos dos mesmos componentes, seus freios antibloqueio muitas vezes falharão ao mesmo tempo que seu sistema de distribuição de força de frenagem eletrônica, o que significa que você pode precisar bombear seus freios em vez de aplicar pressão constante . Alguns fabricantes recomendam que você verifique o nível do fluido de freio se suspeitar de um sistema EBD com defeito, pois alguns veículos usam a mesma luz de advertência para fluido de freio que é usado para outros problemas de freio. Se o nível do fluido estiver baixo, você deve evitar dirigir o veículo até que ele esteja cheio, e um mecânico deve inspecionar o sistema em busca de vazamentos.
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